>
Empréstimos
>
Taxa Selic e Empréstimos: Entenda a Relação

Taxa Selic e Empréstimos: Entenda a Relação

11/12/2025 - 09:49
Bruno Anderson
Taxa Selic e Empréstimos: Entenda a Relação

Todos nós já sentimos no bolso o impacto dos juros altos quando buscamos um empréstimo ou financiamos um bem Entender como funciona a Selic é o primeiro passo para tomar decisões financeiras mais conscientes e seguras.

O que é a Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para todas as demais taxas praticadas no mercado, sejam empréstimos pessoais, financiamentos imobiliários ou operações de crédito empresarial.

Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária Copom em reuniões regulares, com o objetivo de manter a inflação dentro das metas estabelecidas pelo Banco Central.

Na prática, funciona como taxa de empréstimo overnight entre bancos por meio do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, o que garante liquidez e segurança ao sistema financeiro.

Taxa Selic atual, histórico e projeções

Em novembro de 2025, a Selic está em 15% ao ano vigente hoje, o maior patamar registrado desde o período pós pandêmico Esse valor reflete a estratégia do Banco Central para conter a alta de preços.

Desde setembro de 2024, quando a taxa estava em 10,5% ao ano, o Copom iniciou um ciclo de altas progressivas para frear o avanço da inflação Historicamente, a Selic já atingiu picos de 45% ao ano em março de 1999 e registrou sua mínima histórica de 2% ao ano em 2020.

O mercado projeta uma redução gradual para 12,25% ao ano em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028, mas a devolução desses níveis dependerá do comportamento da inflação e do cenário fiscal.

Por que a Selic é aumentada ou reduzida

O principal objetivo de ajustar a Selic é o controle da inflação e estabilidade econômica Quando a inflação mostra tendência de alta acima da meta, o Copom opta por elevar a taxa, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo.

Por outro lado, cortes na Selic buscam incentivar empréstimos e investimentos, dinamizando a economia e apoiando o crescimento do PIB No entanto, reduções excessivas podem gerar pressões inflacionárias se a oferta de bens e serviços não acompanhar a demanda.

O Banco Central mira a meta de inflação de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual Sempre que as projeções superam esse intervalo, a tendência é que a Selic suba.

Relação da Selic com taxas de empréstimos

Variações na Selic têm impacto direto nas linhas de crédito oferecidas pelos bancos Aumentos na taxa básica levam as instituições a reajustar suas taxas internas, encarecendo empréstimos pessoais, financiamentos imobiliários e crédito comercial.

  • Em janeiro de 2025 a Selic subiu para 13,25% ao ano e a taxa média de empréstimo pessoal alcançou 8,05% ao mês
  • Bancos públicos como Banco do Brasil e Caixa elevaram suas taxas para 6,5% e 6,29% ao mês respectivamente
  • Linhas como cheque especial e cartão de crédito também sofrem ajustes proporcionais a cada ciclo de alta

Esse cenário reforça a importância de analisar condições antes de comprometer o orçamento familiar ou empresarial, pois juros elevados podem resultar em parcelas difíceis de pagar.

Consequências sociais e econômicas

Juros altos podem dificultar a obtenção de empréstimos especialmente para famílias de baixa renda e pequenos empresários, que dependem do crédito para investir em negócios ou enfrentar imprevistos.

O consumo tende a cair diante do encarecimento do crédito, o que pode desacelerar a atividade econômica e influir negativamente no crescimento do PIB Além disso, a desigualdade aumenta à medida que quem tem acesso a aplicações financeiras se beneficia dos rendimentos, enquanto o restante da população arca com custos mais altos.

Em 2025, o Brasil registrou a segunda maior taxa real de juros do mundo, atrás apenas da Turquia, evidenciando desafios para promover inclusão financeira e equidade.

Cenário econômico 2025 2026

O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,17% em setembro de 2025, ainda acima do limite superior da meta Questões fiscais, volatilidade externa e um mercado de trabalho aquecido são fatores que sustentam o patamar elevado da Selic.

Analistas indicam que a redução da taxa básica ocorrerá apenas se a inflação convergir consistentemente para o centro da meta e se o governo adotar políticas fiscais mais responsáveis.

Enquanto isso, a manutenção de juros altos busca preservar o poder de compra da moeda e ancorar as expectativas de inflação no médio prazo.

Comparações internacionais

Com a Selic em 15% ao ano, o Brasil aparece como o país com a segunda maior taxa real de juros global, atrás apenas da Turquia Essa posição reflete uma combinação de desafios internos e pressões externas, e influencia diretamente o custo do capital para empresas e consumidores.

Dicas para o consumidor e pequenas empresas

Em momentos de juros altos é fundamental adotar estratégias para proteger o orçamento e buscar alternativas mais vantajosas.

  • Renegociação de dívidas com juros altos para obter prazos mais longos ou taxas menores
  • Avaliar investimentos conservadores rentáveis atrelados à Selic para aproveitar retornos atrelados à taxa básica
  • Evitar contrair novas dívidas até que a Selic apresente sinais de queda consistente
  • Planejar o orçamento mensal priorizando o pagamento de parcelas mais onerosas

Números principais para infográficos ou boxes

Com informações claras e atualizadas, qualquer pessoa pode tomar decisões mais seguras e adequadas à sua realidade financeira Conhecer a Selic é, antes de tudo, assumir o controle do seu futuro econômico.

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson