As taxas de juros do cartão de crédito estão entre as mais altas do mercado, afetando diretamente o seu bolso e o futuro das suas finanças pessoais.
Este artigo explora em profundidade como esses encargos impactam seu orçamento, as mudanças regulatórias recentes e formas práticas de evitar endividamentos.
Em 2025, as taxas do crédito rotativo chegaram a 450,6% ao ano em fevereiro e 449,9% ao ano em maio. Esses índices colocam o rotativo como uma das modalidades mais onerosas do Brasil.
Já os juros do parcelamento de faturas passaram de 174,6% para 181,8% ao ano no mesmo período, enquanto o cheque especial manteve média de 144,4% ao ano em fevereiro de 2025.
Em contraste, o crédito consignado para aposentados e servidores públicos oferece taxas próximas a 24,8% ao ano, demonstrando a disparidade entre as linhas de crédito.
O rotativo é acionado sempre que o cliente não paga o valor total da fatura até a data de vencimento. Nesse caso, o saldo não quitado é automaticamente financiado pela operadora do cartão, gerando juros sobre o montante pendente.
Até pouco tempo, não havia limite claro para a acumulação de encargos. Agora, a regulamentação exige que o banco ofereça alternativas vantajosas de parcelamento antes de aplicar juros adicionais, evitando a perpetuação da dívida.
Os juros elevados exercem um efeito cascata no orçamento doméstico. Um débito de R$ 1.000 pode dobrar em poucos meses caso não seja negociado, restringindo a capacidade de pagamento de contas básicas.
Além disso, o comprometimento de renda para cobrir encargos faz com que famílias adiem planos como viagens, reformas ou até mesmo a compra de um bem essencial.
No médio prazo, o acúmulo contínuo de dívidas pode levar a cortes drásticos nos gastos e ao aumento do estresse financeiro.
Desde fevereiro de 2025, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional estabeleceram que os juros do rotativo não podem exceder 100% do valor original da dívida. Na prática, uma fatura de R$ 100 só pode superar R$ 200, mesmo com multas e encargos.
A Lei 14.690 formalizou esse teto, reduzindo casos de dívidas que antes se multiplicavam mais de cinco vezes em 12 meses. Com isso, o consumidor ganha proteção jurídica e menor probabilidade de ver a dívida sair do controle.
Quando não gerenciada, a dívida de cartão de crédito pode se tornar quase impossível de quitar. Isso ocorre pela capitalização diária de juros e multas, agravando o montante devido.
Além do prejuízo financeiro, o consumidor inadimplente sofre com restrições cadastrais em órgãos como SERASA e SPC, reduzindo o acesso a novas linhas de crédito.
No âmbito emocional, o estresse gerado por cobranças constantes e a ansiedade de não conseguir pagar compromissos pode prejudicar relacionamentos e a saúde mental.
Especialistas preveem que, enquanto a taxa Selic permanecer elevada, as principais linhas de crédito continuarão com juros altos. A instabilidade econômica e a inflação também influenciam o custo do dinheiro.
No entanto, as novas normas de transparência exigem que as instituições informem de forma clara todas as condições de contratação, reduzindo surpresas desagradáveis para o consumidor.
Em longo prazo, o fortalecimento da educação financeira pode gerar um mercado mais competitivo e forçar a queda gradual dos encargos.
Em suma, compreender a dinâmica dos juros do cartão e adotar práticas saudáveis de gestão financeira são passos essenciais para proteger seu patrimônio e garantir tranquilidade no dia a dia.
Referências